Soneto do adeus

                    

ele esperou como espera quem ama

ela estava com alguém e então confessou           

de resto um desalento pelo final

mas sequer um choro e tampouco a censura   

 

estava pela paixão e já sabia

o que as linhas da mão esquerda contavam

mas as mentiras faziam tão bem que

bastavam para aliviar os desatinos

 

tudo valeu mesmo sendo pouco e injusto

pelo sentimento que lhe aqueceu os dias 

aceitou o destino e recolheu a alma

 

não lamentou a solidão que se abria

e sequer voltou um olhar para o adeus

no amor importa perder os limites