ouço Whitney Houston
penso nas escolhas que a vida não lhe deu
e me pergunto
como é possível alguém escolhido não ter escolhas?
mas, então me dou conta do que pensei
como me referisse a um instrumento
um violão, um piano, um trompete
mudos depois do embriago da música
demência a alucinar no curto tempo das notas
depois do último compasso
apenas o eco se esvaindo no silêncio
e o veludo vermelho de um estojo
das dores dissimuladas pelos olhos de atriz
assim que desnudas no camarim
havia pouco da perfeição do espetáculo
nem as lágrimas que pareciam pertencer aos aplausos
a diva iluminada do palco
então no escuro de um canto
era apenas Whitney