usa-se o verbo restar quando nada há além do final
e o verbo viver quando estes dias forem intermináveis e surpreendentes
apenas a escolha importa se o final incidental é inevitável e abstrato
o que não justifica o verbo restar e sua insólita desesperança
o verbo viver reage pelo estímulo da eternidade que se pensa ter
e que leva a vida a seguir sempre pela revolução de cada dia
como se sempre houvesse o leste para receber o amanhã
instinto que resiste mesmo com a insistência do verbo restar
o verbo restar instiga o desânimo nas quedas
ainda que a desistência seja tão mais simples do que a persistência
até nas perdas insignificantes e sequer consideradas
e o conflito criado nem sempre é superado pelo verbo viver